Eschaton é um termo habitualmente associado ao final dos tempos. Em teologia, escatologia tem a ver com o fim dos tempos, quer se trate do fim da História, do fim do mundo ou do fim de uma Era.
Existe uma tradição escatológica riquíssima associada ao Judaísmo, Cristianismo e Islão, que se traduziu em discursos proféticos, messiânicos, milenaristas e apocalípticos. Nos textos do Antigo Testamento encontramos principalmente expressões proféticas e messiânicas, como as que vemos nos livros de Ezequiel, Zacarias, Jeremias, Isaías e Amós. Mas à medida que os tempos vão passando, e com eles as expectativas relativas ao advento do Filho do Homem e ao estabelecimento de um Reino Divino na Terra, este tipo de narrativa evolui para o que hoje se designa como Literatura Apocalíptica.
Neste género literário temos dois textos canónicos principais: o Livro de Daniel, no Antigo Testamento, e o Livro do Apocalipse, no Novo Testamento. Este último constitui o exemplo perfeito de um apocalipse, enquanto o primeiro demonstra claramente a forma como os géneros evoluíram no Antigo Testamento, com a inclusão de passagens proféticas, messiânicas, milenaristas e apocalípticas.
As expectativas apocalípticas da Humanidade nortearam a criação e o desenvolvimento da Civilização Ocidental desde a Antiguidade até aos dias de hoje. Enquanto qualquer indivíduo tiver uma crença no estabelecimento de um reino divino ou no começo de uma nova Era, a expectativa apocalíptica estará sempre presente. Ao longo dos séculos, muitos tentaram interpretar as mensagens codificadas contidas nos Livros de Daniel e do Apocalipse. Nomes como Jerónimo, Hipólito, Agostinho, Joaquim de Fiore, Jean de Roquetaillade ou o português António Vieira S.J. estão entre os mais importantes exegetas a ter em conta para o estudo deste tópico.